Os personagens se dão as mãos e mostram as nucas aos espectadores.
II
O ator desmancha o figurino. Fuma um cigarro pensando em morrer, no mais literal possível termo que existe. O ato não se cumpriu para ele. Dessa forma a morte é individual. É um suicídio por causa mínima. Não tão literal. Mas o ator está acabado e triste. O mundo poderia acabar com ele. Deveria.
III
De grandes momentos a destruição. Um pequeno mal entendido e o mundo desaba com toda a força possível. A fragilidade do palco é perigosa. A fragilidade do ator é desconhecida. Sua força é quase intercontinental. Abençoado pelos deuses mais cruéis da arte, o ator queima em qualquer chão ou tablado em que esteja. Mas ao cair é o vale sujo dos bastidores que o espera. E o espelho, que o tanto encara e mostra a imagem da derrota eterna.
Se viver é a maior das glórias, o que diriam de uma bela derrota? Capricho dos deuses!