Mas simplesmente uma irritação, um desconforto enorme que sinto com o fazer teatral que me rodeia. E esse fazer teatral, que aquilo falo, é a partir da visão de espectador. Dos últimos espetáculos e trabalhos que observei, a forma como elas foram apresentadas não me agradaram. Não as julgo tecnicamente. Há várias formas de teatros. Vários tipos de atores. E espectadores.
Como espectador a minha sede é imensa! Estamos em junho e apenas dois espetáculos me agradaram nesse ano. Dois. Penso se sou chato, ou exigente demais, ou que não sei ler... Mas não é isso. Algumas peças foram tecnicamente perfeitas, independente do seu gênero. Outras não cabe comentários. Mas esse vazio aqui dentro, esse vazio de espectador, essa gana por ver algo além continua. Necessito de uma chama, uma raiva, sangue nos olhos do ator em cena. Ele despertando o meu desconforto. Ele me desmascarando. Eu necessito de teatro, eu necessito ver "um ausente caminhando no tablado", uma morte em meus plenos olhos. Efêmero. Com toda a maldição teatral possível. Eu e meus colegas tentamos isso, mas não vejo nos olhos dos outros, no suor dos outros (suor é que há de menos), na pele, na sombra, no silêncio do espectador de olhos abertos e alma despedaçada.
Serei espectador em outras oportunidades ainda.
Ator em outras, e nessa função o trabalho é gigantesco e longo - e que agora não vou descrever nem falar.
Mas como espectador estou insatisfeito.