segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Carta a quem quer ler

Os portões e porões estão abertos para a vida e para a morte. Ficou tudo um pouco mais claro, mas mais divertido e mais vital. Sinto nas veias e nas artérias, pulsando como uma paixão sem controle, algo que me sustenta e me move na direção de algo desconhecido, mas lindo.
Minhas células estão renovadas, cansadas, agitadas, estão mil coisas na qual não quero pensar o que é, sinto! Apenas sinto! Apenas me entrego. Até onde eu aprendi a me entregar, é um assunto complicado, uma questão e uma resposta que dia após dia vai ficando mais forte.
Hoje o Céu estralado é como um grande aquário sem fundo. Hoje as árvores são meras dançarinas, as flores estão se multiplicando...
É um novo mundo, é um novo olhar, uma nova forma de ver que o mundo e a vida têm vários lados, formas, motivos e tamanhos.
Esse ano passou rapidamente e numa intensidade da qual eu nunca tinha vivido antes. O rio segue um percurso minucioso, do qual eu não faço a menor idéia onde e quando se encontrará com o grande mar. Talvez nunca encontre. Não ligo, desde que sigo percorrendo no rio.
É assim que sigo, sem juízo, sem senso, sem moral, sem eu mesmo. Não pelos Céus, pelos Infernos, pelos Apolos ou Bacos. Por mim, e é um motivo mais que suficiente.
Fico até o fim da noite, vagando, buscando entre essas ruas, que mudam dependendo do dia ou da situação, mais um motivo de aprendizado. Não digo experiência, pois cada dia é uma nova aventura, uma nova etapa, uma parte mal cuspida pela vida.
Somos pisoteados, somos mal tratados, xingados, humilhados, cuspidos, trajados de mal lavados e de vagabundos. Todos são tachados assim. Ninguém foge de nada e de tudo. Mas hoje não. Hoje o dia esta nublado e com cara de que o mundo vai acaba. Hoje o mundo esta nublado e com cara de mais um dia calor e previsão de chuva. Hoje é mais um dia para se viver e respirar o ar que mais se quer respirar.

EVOÉROS!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Calor

O frio intenso é uma barreira. Mas ela se quebra.
Como se faz teatro no frio? Tem como.
O calor intenso é uma barreia. Mas essa barreira não se quebra tão facilmente.
Quando seu corpo parece estar derretendo, quando sua respiração está ofegante e a única coisa que você esta fazendo é estar sentado, eu lhe pergunto: como sobreviver?
O corpo humano é uma bolsa de água gigantesca. Se essa bolsa se seca um pouco, a situação fica complicada.
Tentamos recompor a água perdida, mas parece que a bolsa furou, e quanto mais água se coloca, mais sai.

As condições extremas são um choque para a prática teatral e também para a vida cotidiana. Mas o treino em si já é um desafio. O treino em si é desgastante e cruel, muito de suas vezes. Misturado, ou acoplado, plasmado, juntado, fundido, com o calor torrencial é um desafio complicado, onde o único objetivo é manter-se de pé.

Hoje odiei o calor, as pessoas, algumas palavras. Quero frio, quero silêncio, quero ficar no ermo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Nervos

Sou um porco.
Um bosta, um baita bosta.
Minhas palavras não tem importância alguma. Não tenho direito de usar elas. Não tenho sequer a menor capacidade de tentar pensar em mencioná-las.
Sou um sujo.
Queria ser alguém que não sou.
Hoje sou um doente, um ninguém.

Um dia serei alguém que quero ser.
Certamente não.
Observando o termômetro, a temperatura caiu bruscamente em meu cérebro e em meu corpo. Os níveis de minha saúde mental estão decaindo.
Eu preciso urgentemente de um injeção quase letal, ou que me paralise por alguns meses, numa situação na qual eu esteja livre.

Liberdade não é pouco.
Liberdade, na verdade, é nada.
Tudo é um nada. E continuando ou ficando, ainda sou um porco. Ainda escrevo excrementos de pensamentos, cuspis, catarros de mim, a parte mais escrota.
Estou sangrando.
Cuspo sangue.
Lambo minhas feridas.
Pois sou um porco,
Sou um nada.
Sou ninguém.

Que me cortem, que me aniquilem, que me queimem vivo e ao vivo na praça, para todas as crianças verem. Para meus ‘amigos’ verem. Eu de cabeça para baixo, com os pulsos amarrados nos tornozelos, depois que eu ficar inconsciente, me coloquem numa cruz de cabeça pra baixo ainda. Não estarei lúcido ou algo do gênero, para apreciar, mas apreciem por mim.
Comprem rosas vermelhas, e joguem suas pétalas em mim, para fazer fogo. Abram um corte em minha cabeça, para meu cérebro preto, podre, fedido, expulsando as minhas idéias através de um pus alaranjado, fique amostra a todos. Minha cabeça ficara de pendurada.
Será a primeira parte do meu corpo a cair.
Joguem meu resto aos porcos.
Assim me sentirei em casa.
Eles me devorando.
Arrotando a minha carne queimada.
Cagando e comendo a própria merda.
Que é eu.

domingo, 25 de outubro de 2009

Minha casca

Estou mostrando minha casca
Onde muito me diz
E onde não me diz nada

Onde parte todas as linhas que me mechem
Onde estão todas as linhas são mostradas
Minha casca

Ela envelhece
Ela fortifica
Ela está a mostra

Mas ainda estou intacto

Ainda permaneço escondido
Não por opção, mas porque é assim.

Muitos olhos me viam
Mas não me olharam
Não conseguiram enxergar o que de fato
Era importante
Ou talvez
Significante o suficiente pra mim...

Minha casca exposta
É um sinal de coragem?
Um sinal de entrega?
Desnudamento?

Ainda estou esperando
Não deles
Mas de alguém que ainda não sou.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Jogo Social

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O que fazer para chocar?

Às vezes alguém fica doente, tosse parecendo um velho, segura os pulmões para não saírem pra fora, chega a chorar de tanta força que faz para tossir e seu cérebro parece que vai explodir e cair em migalhas pelo chão.
Mas ninguém da bola, pergunta se quer água, ou se já tomou remédio e deu.
Às vezes alguém machuca o joelho caindo. O joelho incha, e como a pessoa tem a pele branca, logo ela fica uma mistura de vermelho, roxo e preto, é horrível. Alguns riem, outros não dão bola, outros fala “idiota”, “boca-aberta”, depois de um tempo, a pessoa que se machucou ta sentada sozinha com vontade de matar alguém.
Ninguém da bola é só um pisado.
Às vezes passa um mendigo por nós na rua, falo às vezes, por que ninguém mais o nota. É normal, e para as pessoas é até bom evitar eles. Talvez porque sejam sujos, fedidos, bichos urbanos do novo século XXI, remanescentes de tantos séculos atrás. Os seres humanos são tristes.

Deveria ter um paredão, de uns 200 metros de comprimento e 5 e altura, poderia ser na região do porto. Ali toda semana pessoas seriam executadas, com dois tiros no peito e um na cabeça, transmissão ao vivo na TV, seria sucesso!
Mas provavelmente ninguém daria bola, ninguém da bola.

sábado, 10 de outubro de 2009

20:00

Sábado chato e lento. Ainda tenho em mente as coisas que aconteceram ontem. Todos os gestos, toques, beijos e palavras. Agora to aqui no meu quarto iluminado pela tela do computador, escutando Tchaikovsky, o mago russo. As músicas dele são lindas, tristes e pesadas. Quando escuto ele minha alma sobe até o ponto mais profundo do Céu, e logo após, despenca lá de cima como uma rocha gigante e enorme, pesada, caindo no chão e explodindo com o impacto em mil pedaços. Pode tocar russo suicida maldito. Filho da mãe.
Poucas pessoas souberam fazer as coisas direito no passado. Não cito hoje em dia, porque hoje em dia tudo é copiado, ou vem do lixo, ou serve apenas para levantar dinheiro. Quem faz direito não é reconhecido. Talvez nem precise, quem da valor? Foda-se, não sei.
Aliás, de algumas coisas eu sei. To com sério problema de concentração no trabalho. Não consigo parar e ler certas coisas. Grotowski é muito bom. Stanislavski melhor ainda. Mas o problema não é esse. É a porra da literatura!
Eu me sinto um idiota por certas coisas e outras não. Leio muito, isso é um fato. Nessa semana li três livros, compreendi, analisei, interpretei. Foi lindo. Mas e o que eu preciso? É difícil, a obrigação é quase como um chute no saco às vezes. E esse Bukowski é um porra loca desgraçado, me faz rir. Fazia tempo que eu não lia algo que me fazia ri.
Isso me faz pensar em todos os meus falsos sorrisos do dia a dia. Tem gente que é muito chata, ou que quer agradar sempre. As pessoas são chatas, isso é comprovado cotidianamente, ou vivencialmente. Confesso que da pra contar nos dedos o número de pessoas que gosto de conversar, que deixo de fazer algo, ou pensar outra para me atirar na conversa. As outras pessoas são um peso morto. Não interessa.
Esse chiado maldito da caixa de som ta me irritando. Vou concertar essa merda e já volto.
Desliguei umas das caixas de som. Não conseguir abrir a caixinha por falta de equipamentos.
Agora toca Chopin. Noite de clássicos, queria dançar até, mas ela ta doente. (Tadinha tossia muito ontem à noite, bebeu, fumou. Não quero falar dela. Sou vou falar dela quando ela estiver perto de mim.)
Voltando ao assunto, ler o que eu tenho que ler ta sendo difícil, parece obrigação. Mas é.
- Comprometimento ao trabalho.
- Eu sei.
Já que não vou sair hoje, por motivos de saúde maior (tadinha...), vou aproveitar e ler o que eu tenho que ler e estudar. O texto é enorme, mesmo assim quando o leio vou até o final. E também, a noite é mais produtiva que o dia. O dia é desgastante, poucas vezes lindo e encantador comparado com a noite. A noite o silêncio é bravo, as estrelas estátuas brilhantes, e o infinito fica mais infinito do que nunca. E Chopin dança sem para, quase morrendo, quase voando, no meio de jardins, entre guerras, vai e volta...
Tenho desejos e não me desprendo deles, e agora, tenho sentenças de mortes também. Obrigado Chopin, polonês filha da puta!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Heterônimo sem nome

Semana pesada. Faz muito tempo que não escrevo, pois eu estava viajando. Não era um lugar muito longe, mas era confortável. Talvez seja por isso que quando ouve quebra eu despenquei. Sabe? Viver é uma arte. Concluo dentro da minha ignorância, e mínima percepção de mundo e todo o caos que a cerca, não basta compreender, ou saber disso e daquilo, é necessário viver de fato.
É perigoso. É prazeroso. É triste e feliz.
Bom faz tempo que não escrevo, como já disse, estava viajando. O lugar que eu estava era lindo! O céu passou dias azul, um azul contagiante que me fazia sorrir. Quando tinha nuvens, eram pesadas, riscavam o chão, mas elas vinham para me abraçar... E a Lua! Que bela a Lua, pena que ela é inacessível, como tantas outras coisas... É... O lugar era bonito. Era quente, doce, leve, encantador, dava para se admirar horas e horas, todas suas paisagens e cada mínimo detalhe. Estava voando dentro de um sonho que existia dentro de mim, desde o tempo na qual eu nem sabia quem eu era.
De repente, da calma fez os trovões, do inevitável a confusão, do desejo a negação, do amor a solidão. Num instante qualquer, na qual já pressentia, fiquei imóvel, sem fala jogado num canto sujo e frio, que há tanto tempo vivia – estava em casa novamente, mas o lugar que eu estava era melhor, é bom viajar sim, mas o retorno é torturante, diria até uma maldição – e não sabia o que fazer. A situação estava contra mim, o tempo, as nuvens, o vento, o Sol, a chuva, a Lua... Retornava eu a mim mesmo.
Fazia tempo que não escrevia, mas agora estou de volta pra minha casa. A onde vou ficar durante muito tempo. Choro por isso.
Momentos assim em faz desejar a morte... Mas ainda da pra viajar muito. Mas é essa maldição: não importa onde eu for, minha casa estará me esperando.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Como se manter motivado em alguns aspectos dentro de um grupo?
Porque, querendo ou não, o que o grupo faz ou deixa de fazer, ou até mesmo as minhas ações ou não ações, influenciam o grupo inteiro. Cada uma das pessoas numna lei universal de ação-reação.

Trabalho em grupo é bom e necessário, por mil motivos e pricinpalmente para se aprender a conviver em grupo, algo bem tribal mesmo em todos seus aspectos. Não sei, to sem palavras.

O enfoque dessa postagem é dizer quanto trabalhar pode ser prazeroso e, ao mesmo tempo, desgastante e difícil. Influências de convivências, troca de idéias, ou troca de espaços ocos. Como toda relação tem.

é complicado, mas nem tanto... é preciso manter-se motivado, acreditar em tudo que faz, e gozar disso tudo...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Há uma frase ontem que me tocou, e de fato eu já estava martelando ela em minhas concepções e ideologias. Não cabe aqui dizer qual.
O fato é esse: viver a arte como arte vive a vida.
Há muitos caminhos para se chegar lá, a real percepção de mundo não se perdendo em nenhum dogma ou ceticismo banal. Apenas viver a vida como ela é, com todos seus mistérios, decepções, alegrias, gozos, terror, nojo, e tantas outrs coisas que nos envolve físico e mentalmente.

Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

domingo, 13 de setembro de 2009

Relato - Comportamento

Tão doce, tão delicados,
Aconchegantes, macios!
Mas fortes, fortes mesmo,
Como um sonho que nos faz acordar.

Eram tão reais
Como todo aquele ambiente estranho:
Objetos sem ordem,
Pessoas com tantas informações
Que ficam sem alguma para se distinguir,
Músicas sem pés e notas...

“Noite adentro, onde o tempo passa
Mais rápido que em qualquer tempo normal,
Fumo um cigarro, sinal de um vício preso a solidão,
A imagem do descontentamento
E da minha acomodação... é assim.
Olho pro cigarro sem preconceito algum,
O vento entra na janela brisamente,
É como se viesse dar uma tragada.
A situação se repete.
A situação continua.
Ela não parece parar.
O cigarro acaba, há cinzas na mesa vazia,
Um copo de cerveja quente e mil palavras no ar, ecoando pelos meus espaços caóticos de pensamentos loucos e desavisados, porém limpos, livres, desprendidos, sinceros, transparentes e reais. A linha se muda. O que começa de uma forma, agora se comporta de outra.
Agora tudo estava completo. Corpo e mente.”

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Imaginação

O mundo em que vivemos é uma arma contra nossos sonhos e desejos. Sim, nós nascemos para sofrer e viver impregnados na tristeza e numa solidão que quase todos são alvos.
O mundo passa fome, sede, está em constante guerra, tiros, mortes, sangue, gritos, dor...
No meio desse caos uma criança foge disso tudo vivendo uma outra realidade, a da sua imaginação, da sua fantasia.
Não é doença nem nada, é mundo melhor que esse.
A imaginação tem um poder extraordinário, é a chave de ligação com a fantasia, com o teatro, com a vida, com a felicidade, com a magia, com a poesia, com aquilo que é mais puro e simples.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Monólogo I

Há um certa dificuldade de se conviver com dificuldades, mas não há dificuldades para se tentar quebra-las. Sigo numa etapa dificílima pra mim: monólogo. O Diário de um Louco me mostra uma face, em quanto tento bater na outra.
O texto se mostra imperativo e minhas ações efêmeras. Quero criar uma ligação intensa entre eu e o público. Como fazer isso? [...]
Quero que eles fiqeum 90% do tempo com seus esfíncteres apertados. Quero grito, quero silêncio, quero escuridão... Aberração, distorção...

A loucura realmente existe? Quem leva a vida normalmente é que é louco.


O Buraco do Espelho
Arnaldo Antunes

o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar aqui
com um olho aberto, outro acordado
no lado de lá onde eu caí
pro lado de cá não tem acesso
mesmo que me chamem pelo nome
mesmo que admitam meu regresso
toda vez que eu vou a porta some
a janela some na parede
a palavra de água se dissolve
na palavra sede, a boca cede
antes de falar, e não se ouve
já tentei dormir a noite inteira
quatro, cinco, seis da madrugada
vou ficar ali nessa cadeira
uma orelha alerta, outra ligada
o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar agora
fui pelo abandono abandonado
aqui dentro do lado de fora


É isso!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

é preciso ter entusiasmo, vontade, entrega...
já dizia uns mestres por aí.

bueno, cá estou... novo semestre começando a mil por hora, com mil projetos, mil textos, mil ações, mil vontades...

domingo, 9 de agosto de 2009

Sem nome

Ontem apresentamos mais uma versão das CRIAS. O pessoal gostou aparentemente. Ouve risos, aplausos, nervos em atividade, olhares fixos... quer dizer, não sei na verdade. Me concentração foi boa nessa apresentação, só lembrei que o público estava ali no local quando riram.
Teve duas cenas que eu gostei: A primeira bem no começo quando é a revolta das criadas, e no final naquele bife enorme é mencionado.
Ainda tenho que melhorar em muitos aspectos. Ainda não encontrei aquela embriaguez desejada para a peça e para quase tudo.
Muitos pontos da peça ainda estão fracos e deixam a desejar, mas nada que destrua a peça por inteiro. Vamos ver como se seguirá os próximos meses, porque a muito que se fazer.
Gostei do cenário ontem.

A sensação que eu tenho, é uma sensação de estado de eterno aprendizado para o resto da vida em qualquer aspecto e gota de razão. Quanto mais aprendo mais vejo que não sei e não conheço nada. Por isso que quando alguém me chama de ator, não sei se é por descuido de pronunciação, ou por não saber meu nome, ou achar impróprio me chamar de estudante, ou de coisa parecida, sinto me exprimido e com vergonha, por que não sou ator. Ainda não conheço a vida, o teatro e nem eu o bastante pra dizer algo desse tipo.
Torno isso impronunciável.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Máscaras do dia dia

Já dizia um heterônimo perdido meu:

To relaxado. To numa onda que me leva sem direção, no sentido de falar falsetes em troca de carícias. Eu me divirto... choro. Sinto o tempo passando, apenas isso, passando. Pior sensação do mundo, tentar mudar o seu próprio e o tempo passando. O frio, a preguiça, a desmoralização, eu não consigo mais confiar nas pessoas, não confiaria em mim em cercas situações, por que confiaria nos outros? Confio sim. Confio em mim também. Não confio no mundo todo, na humanidade, no frio, na preguiça, na fome, no cansaço, no verso inacabado, no beijo não dado, no poema jogado fora, nos suspiros falsos, e nas minhas palavras falsas.
Eu sei quais são. Sei quando faço de propósito, afinal, tem que ter algum propósito e eu tenho que saber deles. Senão não teria graça. Jogo no mesmo jogo que o mundo joga comigo. É um sendo uma pessoa na frente de um, e sendo outra na frente de outra. Me tratando de uma maneira e outro me tratando de outra, e eu tratando eles como senão soubesse, sabendo. Quem sou eu?
Eu sou o que quero ser, ou o que eles querem que eu seja?
Preciso refazer meu mundo. Meu canto sagrado de declarações que ninguém entende. Simplesmente cansei de tudo.
De brincar com meus falsetes, que há tempos já não sei mais brincar, de todos os outros e os outros todos.
Mas ao mesmo tempo, senão tivesse esse jogo todo... que graça teria?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Muito trabalho.
O importante na verdade é ter disposição, estar sempre motivado, fazer as coisas com prazer.
A rotina ainda não me agrada. Não consigo fazer sempre a mesma coisa um dia após o outro. Gosto quando um dia é diferente do outro, são novas formas de se vê, pensar e fazer tudo.

Tem que ter entusiasmo.

sábado, 1 de agosto de 2009

última semana

Segure minha mão, vamos atravessar o rio aos poucos. Desde pequeno que esse rio esta aqui, apenas no inverno ele enche. Podemos atravessá-lo a pé sem maiores problemas.
Não se estranhe é assim mesmo. São os peixes, eles nos beijam, dançam em torno de nosso corpo, de nossa pele. A sensação me faz sentir criança, me faz sentir vivo.
Veja! Tudo esta envelhecido. A laranjeira, a parreira, a casa, a garagem, o portão, a estrada. O tempo não perdoa, nem deveria. Se todas as coisas continuassem como estão seria uma decepção manter-se vivo. Mas as coisas boas deveriam ficar. Quanto? É muito tempo acho, na verdade, não sei.
Você ta diferente. Não, não, não. Você não mudou. Teus olhos são os mesmos, tuas mãos, tua alegria, teu sorriso... Não. Você não pode ter mudado tanto em tão pouco tempo. Sim, mas eu digo de mim. Minhas orelhas indicam noites intermináveis, dores de cabeças infernais, lágrimas escondidas e apreendidas... incompreendidas, tristes.
Sabe Aline, estou velho. Descobri tentações, desejos, prazeres, medos, virtudes, dúvidas, canções, textos, palavras, sorrisos... O mundo da tantas voltas... Sério? Pena que você só vê o que eu aparento, só vê o que ta aqui. O físico. O que envelhece pode ser escondido, assim como sua beleza. Os olhos não são a porta de entrada para a alma. Nem o sorriso, nem as palavras.
Não sei. Tem perguntas que não possuem respostas.

domingo, 26 de julho de 2009

Mil doses ou quase nenhuma
Num sentido desgovernado
E com toda a razão indiscutível
Em palavras tornando o ouvinte julgado

Minhas pretensões são guardadas
E minhas idéias mais confirmadas:
Quem ganha a vida não sendo o que é
Não pode ser levada a sério, mas respeitada.

Em cada canto e silêncio, quando estou,
Não vejo problema, mesmo causando,
Mistérios decifráveis e perceptíveis,
Nessa constante regra de mudança.

Se vejo, percebo, se escuto, tento,
Se falo, indago, se respondo, adianto.
Não quero parar, nem seguir,
Nem indagar... Eu sou.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Novo começo

Segunda-feira, 20 de Julho de 2009.
Mais uma vez depois de uma noite memorável, o dia acorda mostrando sua face azul celeste!
Faz quase uma semana que não escrevo algo do gênero, mas ainda estou em fase de aprendizado.
Nesse semestre começa algums pontos que eu aprendi e reconheci no primeiro para a formação do professor-artista será postos em cena.
A vida é um desafio. Dia após dia, entrega de corpo e alma, dizer que sou novo e que preciso aproveitar a vida, é infantilidade. Trabalho é estudo, estudo é conhecimento, conhecimento é vida.
Claro que não posso fugir das tentações da carne, nem de algumas que minha mente impõe, mas mesmo assim, que todos nós tenham forças e competência para fazer aquilo que se deve.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Reprise

Cá estou. Com sono, decaído, com marcas no rosto e em todo o corpo. Apanhei.
Querendo ou não mereci. E ainda mereço. Talvez esquente, e tudo deixe de ser frio. Talvez as horas se estendam mais, talvez eu me reerga e a força volte.
Pra que usar talvez? Vai tudo ser diferente sim. Pensar em bloqueios ou algo que não vá acontecer é pensar em não acontecer. A coisa não é bem assim. Todos os lados estão marcados, todos os caminhos já estão no mapa, eu sei o que fazer e como fazer. Ainda tenho que tapar alguns buracos para poder seguir mais tranquilamente.
É apenas o tempo mostrando suas garras, apenas meus erros mostrando meu fracasso. Na mente mil idéias, mil suposições de tanto que já passou.
Planejamento, organização. A vida é como o teatro, e o teatro é como a vida. Senão praticar não tem sentido. Mesmo assim cansa.
São meses longos, às vezes penso em pular meses, ou parar dias. Mas muito mais que isso, eu quero fazer tudo com a maior força possível. Falta ousadia eu diria, liberdade talvez, mas não vontade.
Na cidade cinza de frio, onde as pessoas são: estranhos vestidos com sua vergonha e preguiça, eu me igualo a eles e fico triste.
O tempo destrói tudo e às vezes não deixa nem nascer.

sábado, 11 de julho de 2009

11

Hoje apresentamos pela primeira vez a nova fase das CRIAS. Foi no núcleo. Foi legal. Foi divertido. Novas cenas, improvisações, perdas, esquecimentos, descobrimentos.
No geral eu gostei, o pessoal que viu também.
Mas o trabalho ainda esta com alguns pontos fracos, como o final da peça, final esse que é novo e foi bem divertido.
Muito trabalho ainda deve ser feito. O que é preciso? Saber o texto inteiro primeiramente, para poder usar e abusar dele posteriormente. Outra coisa é as ações. As ações estão boas de um lado e de outras não. Com ensaio e apresentações agente vai melhorando isso... é só trabalhar.
Errei algumas vezes na peça hoje, é estranho errar, não gosto. Estranho no sentido de imaginar tudo direitinho... e não dar certo no final.
No começo da peça fico fora do jogo, é um momento delicado pra mim, me sinto fora realmente da situação, tanto que é o momento onde minha concentração é mais delicada. Pois é nesse momento que às vezes penso que não tem volta, eu sei que se no meio da apresentação eu não quiser continuar ou algum dos guris ou o Adriano, é só parar tudo e deu, mas tenho a sensação de que como começou não tem como terminar sem ser no final...
Porra de público passivo que não nos faz experimentar nada de novo...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Hoje não tem título

Mudar. Ser objetivo, se jogar no jogo. Ser claro, ter uma partitura, mil faces e vozes. É mais uma nova etapa.
O palco italiano é um desafio. O texto é um desafio. O teatro é um desafio.
Estou animado garanto. Cansado, mas animado. É uma nova etapa do trabalho que se começa, há um novo tipo de estudo para se fazer. Tenho que quebrar algumas coisas já construídas, e também algumas manias.
Não gosto de falar diretamente o que se passa por aqui. Gosto de inventar algo que tenha haver com o que aprendi ou me fez pensar no dia.
Mas o que aprendi na minha formação de ator hoje?
Tudo novo de novo.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Que exagero!

Fazer coisas contra minha vontade é normal, algo do cotidiano. Estranhamente nesses últimos dias minha cara esta melhor, digo estranhamente por não entender de fato porque cheguei a esse estado, não porque não entenda o que se passa, pois eu sei. Mesmo minha cara estando boa, minha mente está em apuros!
Entre e saio numa confusão de tarefas para fazer... Saudade de pegar um livro qualquer e ler, escolher um CD para escutar... São desafios. Penso que posso e devo quebrá-los. Na verdade grande parte dos nossos desafios nasce de nossos defeitos... Queria que chovesse a tarde toda, e no meio de uma dessas caminhadas, entrar num lugar qualquer, tomar um café e escrever...
Eu posso! Eu sei que tudo não passa de um jogo. Que qualquer lugar que vou as pessoas estão encenando, que elas querem que eu pense e age de uma forma que elas queiram. O mundo não gira em torno de alguma coisa. É um desafio conviver com pessoas, uma arte. A maior arte do momento é lutar contra meus bloqueios e defeitos... Só queria ter certeza de que tudo vai da bem, que o que estou pensando é bobagem, mesmo não conseguindo... Descobri alguns de meus defeitos e bloqueios, é um passo.
Se for pra planejar o dia em que mudaremos mundo, devemos pensar que esse dia já passou e correr atrás do prejuízo. Não quero ficar defendo teorias, explicar desejos e nem muito menos o que errei ou algo do gênero. O instante é esse, e como diz o velho do filme Irreversível, “o tempo destrói tudo”.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Cena 1 – Quarto de hospital

- Amiga...
- Que susto você nos deu! Porque você fez isso?... Descanse um pouco.
- Não quero que ninguém me veja assim...
- Não te preocupe. Vai ficar tudo bem. Tu vai sair daí e agente vai fazer aquele passeio de barco que agente tanto falou.
- Esta bem...
- Agente pode levar as crianças, deixar os maridos em casa ou ir só nós...
- ...
- ?
- ...
- Mônica? Abre os olhos... Por favor Mônica...

Cláudia sai chorando ao som do aparelho hospitalar indicando a morte de Mônica.

Tem momentos que passam, e então o que fica são os planos.
Mas o planos são apenas planos.

sábado, 4 de julho de 2009

Já dizia o poeta: "a vida é tão desconhecida e mágica..."

Momentos são únicos.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Confuso, mas mais claro que nunca

Desculpe não ter escrito antes, mas tive coisas a fazer.
Mas hoje vou escrever e estou escrevendo. Algo de muito chato e irritante me aconteceu hoje. Como diz o ditado popular: “Deus me de paciência, pois se me deres força bato até matar!” Sim! Ainda existem pessoas que discutem coisas que não levam a nada, sobre coisas que já passaram e que ninguém agüenta mais.
Temos tabus. A sociedade tem tabus. As pessoas nascem com tabus, devido a sociedade, e pra piorar criam outros tabus, e pra resolver estes criam outros. Ô gente de merda! Mas discutindo o que não leva a lugar nenhum, percebi que: quem sou eu pra julgar os outros? Na verdade julgo, assim como todos julgam qualquer um. A idéia é que tem coisas que funcionam de um modo e ponto.
O passado é passado. Não deve ser esquecido, deixado de lado, ou negado. Mas não deve fazer parte do hoje. Pouco me importa quem foi meus avós e seus antepassados, se quem tem que estudar e trabalhar hoje sou eu, pouco importa saber o que se passou, se o hoje e o amanhã quem faz sou eu.
Na verdade to me cansando de muitos assuntos, perguntas, pessoas, lugares e outras coisas que não sei definir ou não achei meio de explicar.
Nada como dormi...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Dois em um

Poucas vezes desisti de coisas que eu queria mesmo. Poucas. E com a maior convicção do mundo.
Convicção é a palavra do momento e do dia. Por uns dias tudo aquilo que me move e me faz pensar no agora e no depois, estava morto, preso no porão de alguma casa imunda, eu não tinha vontade de querer fazer muitas coisas, não que tenha mudado tanto agora, mas estava mais forte antes. Hoje uma chama se ascendeu. Uma luz surgiu. Uma voz ecoou pelas montanhas.
É possível sim! O que eu quiser, na verdade, o que eu quero. Mesmo que essa vontade mude depois, é necessário eu saber o que eu quero agora, o porquê eu faço isso ou aquilo, e porque não faço.
Fiz muitas coisas, escutei muito, propus algumas outras...
Conviver com pessoas é uma arte, talvez umas das mais difíceis de aprender. Minha cabeça ainda lateja quando ouço falar em provas e trabalhos. Talvez é falta de água. Dizem que quando agente começa a ficar sem água, o corpo começa a buscar água em alguns lugares, e o cérebro possui muita água, e então o cérebro perde água, e a falta de água no cérebro causa dor de cabeça, por isso que quando agente fica bêbado dói a cabeça, porque o corpo ta desidratado.
Assim como a água, eu preciso me adequar no lugar que eu estou, me sentir confortável ou não, mas me adequar.

Dois em um

Poucas vezes desisti de coisas que eu queria mesmo. Poucas. E com a maior convicção do mundo.
Convicção é a palavra do momento e do dia. Por uns dias tudo aquilo que me move e me faz pensar no agora e no depois, estava morto, preso no porão de alguma casa imunda, eu não tinha vontade de querer fazer muitas coisas, não que tenha mudado tanto agora, mas estava mais forte antes. Hoje uma chama se ascendeu. Uma luz surgiu. Uma voz ecoou pelas montanhas.
É possível sim! O que eu quiser, na verdade, o que eu quero. Mesmo que essa vontade mude depois, é necessário eu saber o que eu quero agora, o porquê eu faço isso ou aquilo, e porque não faço.
Fiz muitas coisas, escutei muito, propus algumas outras...
Conviver com pessoas é uma arte, talvez umas das mais difíceis de aprender. Minha cabeça ainda lateja quando ouço falar em provas e trabalhos. Talvez é falta de água. Dizem que quando agente começa a ficar sem água, o corpo começa a buscar água em alguns lugares, e o cérebro possui muita água, e então o cérebro perde água, e a falta de água no cérebro causa dor de cabeça, por isso que quando agente fica bêbado dói a cabeça, porque o corpo ta desidratado.
Assim como a água, eu preciso me adequar no lugar que eu estou, me sentir confortável ou não, mas me adequar.

Dois em um

Poucas vezes desisti de coisas que eu queria mesmo. Poucas. E com a maior convicção do mundo.
Convicção é a palavra do momento e do dia. Por uns dias tudo aquilo que me move e me faz pensar no agora e no depois, estava morto, preso no porão de alguma casa imunda, eu não tinha vontade de querer fazer muitas coisas, não que tenha mudado tanto agora, mas estava mais forte antes. Hoje uma chama se ascendeu. Uma luz surgiu. Uma voz ecoou pelas montanhas.
É possível sim! O que eu quiser, na verdade, o que eu quero. Mesmo que essa vontade mude depois, é necessário eu saber o que eu quero agora, o porquê eu faço isso ou aquilo, e porque não faço.
Fiz muitas coisas, escutei muito, propus algumas outras...
Conviver com pessoas é uma arte, talvez umas das mais difíceis de aprender. Minha cabeça ainda lateja quando ouço falar em provas e trabalhos. Talvez é falta de água. Dizem que quando agente começa a ficar sem água, o corpo começa a buscar água em alguns lugares, e o cérebro possui muita água, e então o cérebro perde água, e a falta de água no cérebro causa dor de cabeça, por isso que quando agente fica bêbado dói a cabeça, porque o corpo ta desidratado.
Assim como a água, eu preciso me adequar no lugar que eu estou, me sentir confortável ou não, mas me adequar.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Breve blefe

Cada vez mais parece difícil escrever e os dias de aprendizado diminuem.
Poucas vezes vou para algum lugar com vontade. Isso é fato! Mas sempre há aprendizado, mesmo que o nada seja absoluto, mesmo que todas as perguntas levem a resposta alguma, ou fatos a uma verdade mínima.
Isso é claro, um desabafo na verdade, deveria estar dormindo para acordar cedo e começar no outro dia uma rotina já conhecida, porém mais produtiva. Segunda a sábado. Um certo dia, ou melhor, numa madrugada, quando eu lavava algumas roupas minhas e de entes familiares meus, pensei mais uma vez que tinha que acordar cedo, no tanto que tinha que fazer, no tanto que tinha que ler e estudar. Cheguei ao meu medo. A dependência da quase obrigação de tudo. Pode parecer bobagem, mas um dia você acorda e tudo te envolve de tal forma, que você fica preso a relógios, páginas, ruas, paredes e toda forma de poder semelhante a tudo isso.
A vida é um eterno improviso. Sabemos exatamente o que fazer e o que não fazer. Mas alguém um dia errou uma coisa e desencadeou uma sucessão de erros, como uma fileira de 1 bilhão de peças de dominó, que todos nós cometemos involuntariamente e às vezes de propósito. E em cima disso tudo improvisamos. Nos jogamos e jogamos conforme o espaço. Falando aquilo que queremos que entendam. Esperando o resultado final. Um belo espetáculo.
A vida é uma tragédia. E das boas.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Peça

Ontem eu vi um monólogo no Teatro do COP chamado “Confesso de Capitu”. E fico curioso em saber se quando eu fizer o meu se conseguirei prender as pessoas todo o tempo nele. Porque quando vejo um monólogo sempre acho desgastante, por mais que use alguns recursos para quebrar esse gelo, como no monólogo de ontem em alguns momentos a atriz utilizou a participação direta de três espectadores.
Não gostei do monólogo. Não to desvalorizando o trabalho da atriz, não isso. Simplesmente não gostei. Já vi vários monólogos e quase sempre nunca gosto. Gostei de algumas coisas ontem, como o uso da luz pra identificar a troca de papel no monólogo de ontem, e o uso de cordas para representar alguma coisa, como um vestido de noiva, se maquiar em plena ação, usar alguns telespectadores pra atuar, mas confesso que isso eu não gostei porque tirou um pouco da atenção, e isso é perigoso.Mas no geral valeu. Fico contente que apareceram bastantes pessoas para prestigiar a peça.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Banalidades Pós-Modernas

O tempo passou. Passei a manhã recitando, em forma de canto, os velhos, empolgantes, enigmáticos, versos de Robert Plant e Jimmy Page. Ah o Blues! Ah o Rock’n’roll! Ah a Bossa Nova! Ah o que eu nem sei explicar o que é!

Citação do dia: Aprenda de uma vez: Se você acordou de manhã é evidente que não morreu durante a noite. A felicidade começa com a constatação do óbvio.

Sim! E viva o desconhecimento do que realmente importa! Na verdade o que importa? Confuso isso? Espera eu ir até o banheiro e depois de trinta minutos me sentir mais a vontade, e conversamos depois.
Bom, não vou ao banheiro, nem quero ficar a vontade, a minha pretensão é falar sobre as pessoas.
Ah como é lindo uma aula de faculdade! Às vezes ela se torna um espetáculo de conhecimento, cultura e diversão bem remunerada. Às vezes um show de burrice, ignorância não percebida e uma boa pitada de humor refinado! Sim! Meus colegas e professores que me desculpem, mas ir a aula é uma verdadeira incógnita de satisfação pessoal. Tem professores que a aprendizagem é fabulosa e encantadora, de fundo poético e libertador, em quanto outros, o suicido é quase como que uma obrigação.
Jesus, nosso salvador glorioso, o mestre das respostas impossíveis me ajudará a responder uma pergunta: Professores podem, apesar do seu grau de instrução, aceitar que às vezes está errado e seu aluno, classe ‘inferior’ a dele, certo?
Ah! Jesus que me perdoe, mas tem gente que deve queimar no inferno!
Não sou dono da verdade, nem da incerteza (talvez às vezes), mas sei quando alguém ta errado, dentro de alguns assuntos, ou dentro de uma faculdade.
Pena que não podem me ver, meu sorriso sarcástico esta a toda! Oh vidão essa de gente que não precisa estudar, que criticam e ganham por isso, que estudam apenas uma coisa a vida inteira e acham-se donos da verdade absoluta. Nem Jesus, que salva, era assim tão cara de pau assim. Ou era?
Não sei. Ou faço de conta que não sei. (Faço de conta na verdade) Mas as aulas continuarão, novos dias apontaram no horizonte e minhas falas serão absorvidas pela eternidade. Não entendi o que escrevi, mas como achei bonito, e assim, fico feliz.

domingo, 21 de junho de 2009

Rotina

Enquanto o fogo continuar queimando
Não terá água suficiente para apagar-lo
Contando corpos todos os dias
Não é novidade, são meras estatísticas
Mentirosos fardados ao lado da ética
Fazem antigos soldados mexerem-se nos caixões
Pedaços do paraíso ainda são vendidos
Ninguém sabe quem ta certo, quem errou
São olhos cheios de lágrimas
Mãos cansadas de cavar e esperar
Braços e pernas estendidas
Ou apenas aquilo que restou
O céu está ficando vermelho
Como a sola dos nossos pés
Os rios já estão todos vermelhos
Como a sola dos nossos pés

Cansado

Eu não sei o que faço. Sinceramente eu não se eu rio, se eu penso, se fico sério, se me mato, desapareço. Mas eu não aceito, querendo ou não. Não suporto a idéia de ser necessário me rotular em alguns aspectos, de ter que explicar minhas atitudes ou escolhas, filosofias ou métodos. As pessoas dizem não me julgar, sério isso? Na minha concepção, basta olhar pra que aconteça isso, involuntariamente ou não.
Por mais que eu agrada uns ou outros, que alguns não queiram me ver, ou não suportam minha presença, até que ponto isso me afeta? Justo eu que noto as atitudes de todos, suas palavras, emissões, e que mesmo assim não acredito nisso tudo, mas que acredito que isso queira dizer algo...
Sou confuso em minhas palavras, mas preciso (no sentido de precisão).
Fico triste. As filosofias são banais. As realidades são duvidosas, e seus sentidos irrelevantes. Tudo depende!
Quais meus objetivos? Planos? Desejos? Isso não faz sentido. O que fiz, o que penso, o que quero, servem apenas para me entenderem ou para me julgarem mais ainda. E eu preciso disso?
Sim! Eu queria estar fazendo certas coisas agora, está sentido isso ou aquilo, pensando ou não em tudo que me envolve... Mas não. Tenho facilidade em pensar em tudo. Em desprezar qualquer coisa. E de não pensar em nada.
Comentários à parte, a vida é uma merda sim! Eu não presto e todos também não. Em dogmas à parte, eu não os tenho. Se tenho os nego, e assim quero que seja.
Estou cansado, literalmente.
Qualquer coisa, eu não disse nada, não relatei, nem mesmo existi...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Embriaguez Primitiva?

Estou me acostumando psicologicamente para treinar. Hoje depois do alongamento e da raiz, veio a dança dos ventos. Começo leve, já que o exercício é cansativo, e fui aumentando o ritmo junto com os meus colegas. A respiração começou a ficar mais forte, o ritmo também, os movimentos com menos controle, e os gritos começaram também. Fantástico! Pela primeira vez, depois de tantas vezes ter feito a dança dos ventos, eu me desliguei. Meu corpo parecia que estava ali para seguir aquele compasso e gritos de liberdade e vontade pura, que me davam forças para continuar, e enquanto eu não gritava, meus colegas gritavam, era como se estivéssemos junto na dança, um dando a força pro outro...
O tempo que me desliguei foi pouco comparado com o tempo que eu queria ficar. Mas a sensação foi ótima, a sensação que eu chamei de embriaguez primitiva, essa coisa de ficar bêbado, cansado, tonto, sem consciência por um tempo, sem usar qualquer tipo de substância, apenas o meu próprio corpo.

São luzes e escuridão,
Gritos e silêncios puros,
Energia e exaustão,
É o nada e o tudo.

Meu corpo e meus movimentos
Separados pela respiração
Num compasso involuntário
Levando-me do teto ao chão...

Num instante qualquer
Não estou, mas voltei.
E assim sucessivamente
Numa dança que eu não sei.

Na verdade falta mais controle da minha parte, para que eu entre nesse estado de embriaguez e fique lá. Cheguei nesse estado por alguns fatores eu diria: concentração no que eu estava fazendo primeiramente, liberdade de movimento (deixei o corpo me conduzir e não eu conduzir o corpo), e força, energia, o fato de eu ter gritado em alguns momentos sem perceber, e ter escutado meus colegas fazerem o mesmo, me dava forças para continuar e não perder o ritmo da dança. O maior problema da dança dos ventos não é o cansar, e sim perceber que está cansado. Que o corpo ta doendo. Que a garganta ta seca. E que seus colegas estão cansando...

Dica: grite!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Emoção: Raiva

Tive mil possibilidades de xingar todos e qualquer um. Acordei sem vontade alguma hoje, o que não é novidade, mas atravessei a cidade, nesse frio delirante que esmaga minha cabeça, para fazer algo que a tanto tempo queria. Cheguei no local vazio, todos fazendo tudo o que tinham que fazer, e aquela menina tão bem arrumada, perfumada, de cabelo lavado, teve a audácia de me dizer, depois de toda a viagem que fiz: “Não da pra fazer a reopção, ainda não temos os documentos necessários. Acompanhe pelo site, quando liberarem tu vem.” Vadia! Se aquela vaca soubesse ler ou mexer no computador, como faz minha prima de 3 anos, ela veria que já tava na porcaria do site que dava pra fazer a reopção. Porra de burocracia! Se eu não fosse educado ou não tivesse o mínimo grau de civilizado, eu juro que teria quebrado algo, tacado fogo em alguma coisa ou pessoa, teria falado palavrões, xingado a mulher pela sua grande eficiência. Mas não. Com o mais sincero sorriso de falsidade possível eu respondi: “Ta bom! Obrigado!”.
Não almocei.
Andei pelas ruas de Pelotas desviando de todos, mas ao mesmo tempo com vontade de bater em qualquer um. Fui chamado de delícia por um travesti, duas prostitutas se ofereceram pra mim, fui numa aula de faculdade onde não aprendi nada e se quer fez meu conhecimento aumentar, pois não teve nada de diferente que eu vi nos outros dias.
Estou estressado! Mil coisas pra ler, mil coisas para fazer, mil lugares para ir! Pouco tempo, quase nenhuma vontade... Eu vivo em um quase estado de pura exaustão, de uma inquietação interna, de mil desejos a ser feitos e poucos a serem realizados. Minha raiva de hoje parte de não sei aonde, para um lugar que me leva a mais um aprendizado pessoal: “Pra quê ficar assim?”. Não sei. Tem dias que eu acordo com a única vontade de continuar dormindo pra sempre, outros dias com a vontade de fazer todos felizes. Hoje foi o dia que eu queria bater em todos.
Em certos momentos de hoje eu não estava com raiva. Na verdade porque não estava? Controle? Situação? Lugar?
O ponto que quero chegar é que sou dono de minhas emoções. Assim, se eu as sinto, se elas me pertencem, eu posso controlar elas. Controlando minhas emoções, eu controlo situações.
E com espírito de General penso: “Eu quero é dominar!”.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Pequena descrição

Concentração. Levemente aos poucos, enquanto meu corpo acorda, vou percebendo o quanto o ar está pesado. Meus músculos gritam para obter um estado de flexibilidade adequado. Equilíbrio! Força! Precisão! Controle! Cansa! Lembro de conversas, penso eu parar, lembro de sensações, sigo na luta. É difícil se desprender da mente em certos lugares, com o perigo de choque e com um ar que me seca meu cérebro. Então eu entro no giro... Uma faixa de luz me cerca, o tempo passa sem ser notado pela palma de minha mão que some e aparece. E eu paro. Inerte. Paralisado. Penso. O dia ainda não terminou.
Fim do treinamento. A fome é grande, e uma sensação de que ele ainda não terminou resta em mim. Os dias chegarão naturalmente e eu passarei por outras sensações, da qual muitas não lembro.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Boa Noite!

Nesse blog postarei experiências minhas nas quais eu aprendo no dia-a-dia e que me ajudam na minha formação de professor-artista.
Heterônimos Teatrias é uma brincadeira feita por mim para dar ao nome a esse blog, e surgiu de um livro que estou lendo que diz: 'Fernando Pessoa nome-chave da lírica moderna, inventou vários heterônimos - personagens com vidas, personalidades e estilos de escrita próprios.' Brinco com essa característica dele para dar o nome e vida a esse blog, já que essa caractéristica dele tem muito com o nosso cotidiano...