sábado, 7 de agosto de 2010

morte e vida

tem momentos da vida que você consegue colocar as palavras certas no lugar ideal, e assim, tudo fica claro e lindo.

aquele lugar era um campo aberto, cercado de árvores e coisas que não se viam. era noite. sabia que estava em pé na grama, cercado por algumas tundras. olhava para frente, pro lado, para as minhas costas, era só uma imensidão negra, que ficava a uns vinte metros de distância de meu olhar. mas nada se via, nada se ouvia e e pouco se sabia onde pisava. é a dualidade da noite e do dia. e ali o meu dia seguia. apesar da escuridão, da mata negra que escondia o que não sabia que existia, ou o perigo se mostrando pelo silêncio e calmaria, parecia que eu retornava para dentro da cidade, para dentro da sala de aula, na minha casa, ao conversar com alguém na rua. é tudo negro, tudo escuro, onde é quase é sem luz, sem vida, aonde todos vivem e se acasalam na mesmice e chatisse da rotina. eu via o mundo todo ali e eu queria queimá-lo! em altas chamas verdes!

e quanto me entristecia pois voltava de novo a esse nada que me cerca diariamente, olhei para o céu. limpo. desconhecido. milhares de estrelas sendo vistas e olhando-me. a lua não estava, mas estava lindo. e vi que é ali que vivo. lá em cima. o meu olhar esta voltado aquelas pequenas luzes intocáveis, mas ao mesmo tempo de braços abertos eu tenho o universo todo. e essa gente toda, esse bando de inúteis, esses pesa-merdas, estão ali dentro da mata, incapazes de olhar o céu. de saírem dali, pois a escuridão é terrível. lá não há vida, nem poesia. lá é o nada. o vácuo. o espaço podre jogando o seu hálito em tudo. por isso não conseguem ver o que vejo. sentir isso tudo. é fácil, é leve.

sóbrio entro em êxtase. a natureza sempre me salva. assim como esses períodos de solidão.
mas isso tudo foi só pra ocupar um tempo.
não é real. nada nunca foi e será algo.
não sei onde me ponho nisso tudo.
mas em alguma parte eu fui parar... renascendo conscientemente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário