Estou mostrando minha casca
Onde muito me diz
E onde não me diz nada
Onde parte todas as linhas que me mechem
Onde estão todas as linhas são mostradas
Minha casca
Ela envelhece
Ela fortifica
Ela está a mostra
Mas ainda estou intacto
Ainda permaneço escondido
Não por opção, mas porque é assim.
Muitos olhos me viam
Mas não me olharam
Não conseguiram enxergar o que de fato
Era importante
Ou talvez
Significante o suficiente pra mim...
Minha casca exposta
É um sinal de coragem?
Um sinal de entrega?
Desnudamento?
Ainda estou esperando
Não deles
Mas de alguém que ainda não sou.
A máscara está sem a roupa. Ela é dura. É tecida de fios muito finos e longos como a própria idade. O desnudamento é lento. Grotowski fala em autorevelação (não diz do quê). Stanislavski fala de inspiração (como algo que se faz com descontrole).
ResponderExcluirA máscara está sempre lá, aonde devia estar, intacta. Eu sou um que tenho acesso. O outro é uma construção minha. Não tem nada de próximo de minhas vontades, de minhas intenções.
A máscara está sempre lá. Não há como escondê-la. Para percebê-la é só abrir-se, permanecer atento, entregue às circunstâncias.
Depois de vista, ela fica na memória e fatalmente vira ficção. Não é mais aquilo que é, nem aquilo que foi. É aquilo que eu quero que seja.
"Quem, eu?"