quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O que fazer para chocar?

Às vezes alguém fica doente, tosse parecendo um velho, segura os pulmões para não saírem pra fora, chega a chorar de tanta força que faz para tossir e seu cérebro parece que vai explodir e cair em migalhas pelo chão.
Mas ninguém da bola, pergunta se quer água, ou se já tomou remédio e deu.
Às vezes alguém machuca o joelho caindo. O joelho incha, e como a pessoa tem a pele branca, logo ela fica uma mistura de vermelho, roxo e preto, é horrível. Alguns riem, outros não dão bola, outros fala “idiota”, “boca-aberta”, depois de um tempo, a pessoa que se machucou ta sentada sozinha com vontade de matar alguém.
Ninguém da bola é só um pisado.
Às vezes passa um mendigo por nós na rua, falo às vezes, por que ninguém mais o nota. É normal, e para as pessoas é até bom evitar eles. Talvez porque sejam sujos, fedidos, bichos urbanos do novo século XXI, remanescentes de tantos séculos atrás. Os seres humanos são tristes.

Deveria ter um paredão, de uns 200 metros de comprimento e 5 e altura, poderia ser na região do porto. Ali toda semana pessoas seriam executadas, com dois tiros no peito e um na cabeça, transmissão ao vivo na TV, seria sucesso!
Mas provavelmente ninguém daria bola, ninguém da bola.

4 comentários:

  1. Será?
    Será que ninguém perceberia que o joelho de uma outra pessoa?
    Ou será que a pessoa do joelho se esconde tanto e sempre que o vício é não percebê-la.
    O prato está vazio: uma ameaça de nada.
    Um tiro, uma ameaça de nada.

    Será?

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  2. Gosto quando você escreve. Por mim, escrevia todos os dias. Me divirto lendo essas incognitas desveladas.

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  3. Incognitas desveladas! Gostei dessa.
    Ontem o professor da Fae falou assim na aula:
    "Esse é um dos filósofos mais incompreensíveis..."
    Não lembro do nome do filósofo, mas queria perguntar: Existe uma pessoa compreensível?
    Situações são situações.

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  4. Com a arte aprendemos que não é preciso compreender tudo.

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