Eu não sei o que faço. Sinceramente eu não se eu rio, se eu penso, se fico sério, se me mato, desapareço. Mas eu não aceito, querendo ou não. Não suporto a idéia de ser necessário me rotular em alguns aspectos, de ter que explicar minhas atitudes ou escolhas, filosofias ou métodos. As pessoas dizem não me julgar, sério isso? Na minha concepção, basta olhar pra que aconteça isso, involuntariamente ou não.
Por mais que eu agrada uns ou outros, que alguns não queiram me ver, ou não suportam minha presença, até que ponto isso me afeta? Justo eu que noto as atitudes de todos, suas palavras, emissões, e que mesmo assim não acredito nisso tudo, mas que acredito que isso queira dizer algo...
Sou confuso em minhas palavras, mas preciso (no sentido de precisão).
Fico triste. As filosofias são banais. As realidades são duvidosas, e seus sentidos irrelevantes. Tudo depende!
Quais meus objetivos? Planos? Desejos? Isso não faz sentido. O que fiz, o que penso, o que quero, servem apenas para me entenderem ou para me julgarem mais ainda. E eu preciso disso?
Sim! Eu queria estar fazendo certas coisas agora, está sentido isso ou aquilo, pensando ou não em tudo que me envolve... Mas não. Tenho facilidade em pensar em tudo. Em desprezar qualquer coisa. E de não pensar em nada.
Comentários à parte, a vida é uma merda sim! Eu não presto e todos também não. Em dogmas à parte, eu não os tenho. Se tenho os nego, e assim quero que seja.
Estou cansado, literalmente.
Qualquer coisa, eu não disse nada, não relatei, nem mesmo existi...
Uma vez ouvi de um ator que a dúvida é potente para a criação. Que os problemas, ou melhor, que a não resolução dos problemas contribui para nossos movimentos. Gostei disso naquele momento. Dá certa tranquilidade.
ResponderExcluirSobre os julgamentos, eles estão aí a todo momento. Julgamos porque precisamos. Fazemos escolhas, dizemo-nos constantemente: por palavras, por figuras, por gestos, por respiração. Esse jogo de ditos e não ditos é o que nos estimula a viver.
Lendo seus textos dá uma impressão de um sujeito triste, só, quase um suicida. Mas como a convivência ocorre de maneira intensa (e muitas vezes exaustiva) lembro das qualidades de nossos humores: um mais explosivo, um mais diabólico, um mais místico, um mais superficial, entre tantos dos fios que nos tecem.
Por que queremos nos saber? Por que nos gostamos? Por que nos atraímos? Por que nos interessamos?
Eu sou isto? Não. Sou isto e aquilo e...
O jogo de palavras causa a sensação de preenchimento. É apenas uma sensação que, dependendo da situação, se faz realidade. É aquela idéia de crença.
"No que crê os que não crêem?" (um livro do Umberto Eco com o Papa atual).
Mais uma coisa:
"O corpo humano é uma pilha elétrica
no qual castraram e reprimiram as descargas,
do qual orientaram para a vida sexual
as capacidades e as tendências
enquanto que ele foi feito
justamente para absorver
por seus deslocamentos voltaicos
todas as disponibilidades errantes
do infinito do vazio,
dos buracos do vazio
cada vez mais incomensuráveis
de uma possibilidade orgânica jamais satisfeita.
O corpo humano tem vontade de comer,
mas quem experimentou de outro modo, a não ser no plano da
vida sexual, as capacidades incomensuráveis dos apetites?"
Esse texto do Artaud é instigante para essa situação de cansaço. O que pensa sobre isto? Vamos fazer disso aqui um diálogo?
Bj
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ResponderExcluirAlgumas pessoas tem a cabeça voltada para certos assuntos, e outras para outros. Se imaginarmos que todo ser humano é uma pilha, devemos saber que cada uma se recarrega de uma forma, mesmo sendo pilhas, não existem duas iguais.
ResponderExcluirO cansaço pode ser resultado de várias coisas.
Só imagino uma semana vazia, sem se preocupar com a outra, apenas isso.
Nem todas as frases devem ser levadas ao pé da letra. Em qualquer circunstância.