quinta-feira, 18 de junho de 2009

Embriaguez Primitiva?

Estou me acostumando psicologicamente para treinar. Hoje depois do alongamento e da raiz, veio a dança dos ventos. Começo leve, já que o exercício é cansativo, e fui aumentando o ritmo junto com os meus colegas. A respiração começou a ficar mais forte, o ritmo também, os movimentos com menos controle, e os gritos começaram também. Fantástico! Pela primeira vez, depois de tantas vezes ter feito a dança dos ventos, eu me desliguei. Meu corpo parecia que estava ali para seguir aquele compasso e gritos de liberdade e vontade pura, que me davam forças para continuar, e enquanto eu não gritava, meus colegas gritavam, era como se estivéssemos junto na dança, um dando a força pro outro...
O tempo que me desliguei foi pouco comparado com o tempo que eu queria ficar. Mas a sensação foi ótima, a sensação que eu chamei de embriaguez primitiva, essa coisa de ficar bêbado, cansado, tonto, sem consciência por um tempo, sem usar qualquer tipo de substância, apenas o meu próprio corpo.

São luzes e escuridão,
Gritos e silêncios puros,
Energia e exaustão,
É o nada e o tudo.

Meu corpo e meus movimentos
Separados pela respiração
Num compasso involuntário
Levando-me do teto ao chão...

Num instante qualquer
Não estou, mas voltei.
E assim sucessivamente
Numa dança que eu não sei.

Na verdade falta mais controle da minha parte, para que eu entre nesse estado de embriaguez e fique lá. Cheguei nesse estado por alguns fatores eu diria: concentração no que eu estava fazendo primeiramente, liberdade de movimento (deixei o corpo me conduzir e não eu conduzir o corpo), e força, energia, o fato de eu ter gritado em alguns momentos sem perceber, e ter escutado meus colegas fazerem o mesmo, me dava forças para continuar e não perder o ritmo da dança. O maior problema da dança dos ventos não é o cansar, e sim perceber que está cansado. Que o corpo ta doendo. Que a garganta ta seca. E que seus colegas estão cansando...

Dica: grite!

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