quarta-feira, 17 de junho de 2009

Emoção: Raiva

Tive mil possibilidades de xingar todos e qualquer um. Acordei sem vontade alguma hoje, o que não é novidade, mas atravessei a cidade, nesse frio delirante que esmaga minha cabeça, para fazer algo que a tanto tempo queria. Cheguei no local vazio, todos fazendo tudo o que tinham que fazer, e aquela menina tão bem arrumada, perfumada, de cabelo lavado, teve a audácia de me dizer, depois de toda a viagem que fiz: “Não da pra fazer a reopção, ainda não temos os documentos necessários. Acompanhe pelo site, quando liberarem tu vem.” Vadia! Se aquela vaca soubesse ler ou mexer no computador, como faz minha prima de 3 anos, ela veria que já tava na porcaria do site que dava pra fazer a reopção. Porra de burocracia! Se eu não fosse educado ou não tivesse o mínimo grau de civilizado, eu juro que teria quebrado algo, tacado fogo em alguma coisa ou pessoa, teria falado palavrões, xingado a mulher pela sua grande eficiência. Mas não. Com o mais sincero sorriso de falsidade possível eu respondi: “Ta bom! Obrigado!”.
Não almocei.
Andei pelas ruas de Pelotas desviando de todos, mas ao mesmo tempo com vontade de bater em qualquer um. Fui chamado de delícia por um travesti, duas prostitutas se ofereceram pra mim, fui numa aula de faculdade onde não aprendi nada e se quer fez meu conhecimento aumentar, pois não teve nada de diferente que eu vi nos outros dias.
Estou estressado! Mil coisas pra ler, mil coisas para fazer, mil lugares para ir! Pouco tempo, quase nenhuma vontade... Eu vivo em um quase estado de pura exaustão, de uma inquietação interna, de mil desejos a ser feitos e poucos a serem realizados. Minha raiva de hoje parte de não sei aonde, para um lugar que me leva a mais um aprendizado pessoal: “Pra quê ficar assim?”. Não sei. Tem dias que eu acordo com a única vontade de continuar dormindo pra sempre, outros dias com a vontade de fazer todos felizes. Hoje foi o dia que eu queria bater em todos.
Em certos momentos de hoje eu não estava com raiva. Na verdade porque não estava? Controle? Situação? Lugar?
O ponto que quero chegar é que sou dono de minhas emoções. Assim, se eu as sinto, se elas me pertencem, eu posso controlar elas. Controlando minhas emoções, eu controlo situações.
E com espírito de General penso: “Eu quero é dominar!”.

Um comentário:

  1. O processo é um trajeto curioso: ir a um lugar com um objetivo. Ter esse objetivo impedido de ser realizado: conflito! Conviver: manter a situação social, mesmo que ela não esteja de acordo com minha vontade. Os desejos dos outros confrontados com os meus. As instâncias de aprender que nem sempre têm o ritmo que precisamos.
    - No que você está pensando agora?
    - Eu não estou pensando em nada.
    - É preciso estar pensando em alguma coisa?
    - Acho que é preciso, estamos num templo de aprender.
    - Como conjugar o tempo?
    - Em gênero?
    - A curiosidade é atormentadora.
    - Eu sei.
    - Então vamos beber uma curiosidade.

    A falta da mesa de bar é atormantadora.

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